Carta aberta ao Fluminense
Nunca fui de sentir medo…
Hoje eu senti.
Antes de subir no palco quase me deixei levar por uma série de comentários negativos que li na rede vizinha (tt) quando fui anunciada na festa de hoje.
Críticas e palavras pejorativas me desmerecendo como torcedora e como artista, vindo de pessoas que, na sua maioria, nem me conhecem.
Respirei fundo e do alto dos meus 1,65m encarei cerca de 40 mil pessoas sem saber o que esperar. E recebi isso.
Queria poder dizer a vocês o quanto é desafiador e apavorante ser mulher dentro do futebol (e da sociedade em geral) e ser colocada em prova por dedos que transbordam um ódio gratuito que, às vezes, eu não sei e não quero ter que lidar. Embora saiba que é o preço de ser pública, é um preço alto é BEM cansativo. Em contrapartida, quem me conhece sabe o quanto a Nathália de +/- uns 15 anos atrás está realizada em poder viver tudo isso!
E é por ela e por tantas outras meninas e mulheres que se sentem representadas que eu tô aqui!
Vivo o Fluminense desde que me entendo por gente e não tive muitas referências femininas pra amar o clube. Fico feliz pela representatividade e pelo espaço que o Fluminense me deu e, enquanto eu puder, vou dar o melhor pra levar isso pra frente e propagar cada vez mais a minha luta diária e a bandeira que eu defendo!
Eu AMO demais esse clube. Eu AMO demais ter feito parte disso.
Não tem nada no mundo que descreva o que eu senti hoje.
Obrigada! 😭
