Impotência
Significado pelo dicionário: falta de poder, força ou meios para realizar algo; impossibilidade.
Esse é o sentimento que dá as caras quando filho adoece, pra mim o pior até agora.
É o sentimento da clareza sobre o descontrole.
O controle não existe e a gente se pega pensando, como assim eu gerei, alimentei, cuidei, cuido todos os dias, sou a maior doadora de amor e de traumas e agora, justo agora, não posso fazer nada? Tenho que sentar e assistir? Esperar? Orar?!
Pois é, a impotência também te leva de volta pra fé, te põem aos pés de Deus, porque quando o real lhe foge, precisamos do abstrato, do crer, porque senão enlouqueceremos quando tudo que podemos fazer, é nada.
Filho doente, gravemente doente, te faz duvidar de si, da sua capacidade de cuidar, te traz mais culpa, te confronta todas as certezas, deixa em estado de alerta.
Só que se trocarmos as lentes, filho doente também gera gentileza, mobiliza o espiritual ao redor da sua família, traz carinho, traz Deus pra mais perto, ou na verdade, te leva pra junto dele, ensina sobre espera e paciência, gratidão e principalmente, ensina muito sobre amor!
Experimentei o pior da maternidade por duas vezes nesse ano, desejo que ninguém passe por isso, mas apesar de doído e sofrido, eu pude ver Deus e o seu amor em cada momento, então eu desejo que se um dia você conhecer esse sentimento, que você também possa ver Deus, apesar da dor!
Feliz 4 meses minha gordinha, vocês são o cultivo diário do amor de Deus na minha vida!
#mesversario#maternidade#filhos#escritaterapeutica#escritacriativa#amor#maededuas
Quanto tempo leva um sonho ser gerado?
Esse levou uma vida toda...
Vocês são meu maior ministério, minha maior missão e minha melhor versão.
Amo vocês com todo o meu ser 💖
Um dia de virose comum 🌷🫶
A teoria da máscara de oxigênio não é atoa...
Sei que não é fácil, há dias e dias, hoje a gente sufocou, caiu e afundou!
Tudo bem, o importante é tentar sempre... 🫶
Me foi entregue um recém nascido todo enroladinho na manta, aos berros, doido pra mamar, pela segunda vez.
Pela segunda vez em menos de dois anos eu estava no mesmo centro obstétrica, no mesmo hospital, com praticamente a mesma equipe.
E eu cheirei, agarrei, beijei, senti a pele, que apesar do pouco tempo eu já havia esquecido a textura, lutei pra amamentar, de novo.
Pela segunda vez, tudo novo, de novo
E foi impossível não pensar na minha avó.
Um filho a cada ano, nove gestações no total, será que ela sentia o prazer em parir cada novo ser?
Eu sei que ela amava, ela corujava todos os seus e nos amava, era claro pra mim, era até chato tanto amor e cuidado.
Mas será que ela tinha esse prazer, será que ela cheirava seus bebês? Será que ela beijava e ficava abraçada cheirando a carequinha?
Será que dava tempo? Lhe era permitido essa "romantização" toda?
Eu disse uma frase carregada de frustração e sentimentos contraditórios durante a gestação;
Faz quatro anos que eu tô grávida!
Minha avó ficou muito mais de dez!
Mais de dez anos na função gerar, parir e amamentar!
Deus! Me dá até arrepios!
Outro dia eu li de uma mãe que depois de seis anos nessa função, ela queria o corpo dela de volta pra ela...
É isso, não é meu, não me pertence totalmente, é tão louco e estranho quanto é maravilhoso...
Hoje eu teria outra conversa, outras perguntas pra fazer sobre a tal maternidade, talvez muito mais profundas do que cabem nesse texto.
Sei que perguntaria pra ela como ela se sentia enquanto tentava equilibrar filhos, casa, trabalho, casamento...
Uma parte dessa resposta eu sei, ela se anulava, não se permitia sentir, se ressentia muito com o marido e vivia no automático, fazendo o que "precisava ser feito"
Teve seu preço, tudo tem.
No fim a história se repete, de um jeito diferente, mas igual.
Como ela eu sei que vou conseguir, pq fui criada por ela, mas parte do diferente que acontece é entender que eu posso ser uma mãe tão forte quanto, mas não serei uma pessoa igual
.
O seu legado tá aqui vó, a senhora me ensinou muito mais do que imagina.
#escrita#escritacriativa#escrever#leitura#maternidade#avó#ɑmormeu#escrevendo#maededuas#maternidadereal#multiplosfilhos
Absorta nos meus inúmeros afazeres no celular, era assim que me encontrava, querendo aproveitar o tempinho que tinha, enquanto eu balançava e ninava a minha mais velha.
Até que uma mãozinha cobriu minha boca e eu automaticamente beijei. O corpinho colado ao meu se levanta, eu noto e a olho, ela sorri com os olhinhos e inclina sua cabeça na minha direção, colo minha testa na dela e dou nosso beijinho de nariz, enquanto ela ri
A luz da tela do celular é a única iluminação do quarto
"Ti nhamo mamãe"
Desligo a tela, estamos na escuridão
"Eu também te amo meu amor" sussurro.
Abraço, beijo e nino no embalo da canção de ninar que ecoa.
Enquanto nino, já estou saudosa, a vida e o tempo, pedem presença.
A um ano atrás ela mal falava mamãe
E a três anos atrás nesta mesma data ela ainda não estava nem na minha barriga, a três anos atrás eu pensava todos os dias:
"Senhor, quando vai me mandar um filho?"
Hoje eu tenho duas.
A caçula já mostra sua personalidade e vontade, estranha as pessoas, não aceita colo dos que não conhece, sabe quando saio de perto, mas não tem nem quatro meses...
A mais velha mostra sua independência, nos exige suas vontades, nos cansa com tanta energia e comportamentos desafiadores, mas acabou de completar dois anos.
Criar filhos é isso, ter a real ideia do passar do tempo, do quanto os dias são curtos em afazeres e longos quando se trata de desenvolvimento infantil...
O crescer de uma criança joga na sua cara a contagem do tempo...
Tento guardar na memória, a sensação das mãoszinhas pequenas me tocando, do abraço apertado quando acordamos "bom dia mamãe", o corpo pequeno que ainda cabe no meu colo, e assim já me encontro saudosa novamente, a memória é falha e a gente esquece
A gente esquece como gestar é dolorido, como recém nascidos são pequenos e frágeis, como a introdução alimentar pode ser cansativa, tudo passa, o ruim e o bom também é por isso os beijos e abraços nunca serão suficientes.
A vida enquanto uma criança cresce pede presença, estar aqui, sem torpor, sem distrações, de corpo e mente, não só por eles, mas por você, porque infelizmente os beijos e abraços nunca serão suficientes.
A gente esquece.
🌷
